E porque achamos que Agosto pede fruta e doces ligeiros, sentimos necessidade de encaixar o conceito no Sweet World deste Verão. A 19ª edição convida-vos a meter a mão na massa e a fazer uma Fruit Pie/Tarte de Fruta.

Já a caminho de dois anos de desafio e com uma extensa lista de propostas a implementar, mostra-se essencial ir alternando tanto técnicas como níveis de dificuldade. Neste sentido, o tema desta edição surge como forma de responder às necessidades da estação e acompanhar o espírito de férias e relaxamento que por esta altura se promove. Não sendo um tema à partida complexo, valerá pela execução e manuseamento da massa que, obrigatoriamente, será caseira. Não pode valer de compra! A fruta, essa fica ao critério e gosto de cada um.

Mas como e onde surgiu então este conceito de Pie, uma “caixa circular” de massa, preenchida com recheio doce ou salgado, e coberta com mais massa, que pode ser simplesmente lisa ou ter os mais diversos efeitos?
Consta que os egípcios já faziam algo parecido, sendo que a primeira receita de tarte publicada está associada aos romanos. Inicialmente predominavam as tartes salgadas, normalmente de carne e galinha, com uma crosta bem mais grossa e robusta.
A primeira referência encontrada a “pyes“, enquanto categoria de comida, aparece no século XII em Inglaterra. Já este conceito específico de Fruit Pie ou Pasties parece ter surgido por volta de 1500, também por mãos inglesas, e chegou à América através dos colonizadores dessa mesma nacionalidade. Seria de cereja, segundo li.
Depois da evolução que sofreu ao longo dos anos para se estabelecer tal como a conhecemos, torna-se um símbolo do país, dando forma à sobremesa mais tradicional da América e origem à expressão “as American as apple pie”.

Associo a verdadeira tarte americana essencialmente ao uso da maçã. De seguida, os frutos vermelhos. É inevitável! A imagem que me vem à cabeça e que se faz acompanhar pelos respectivos aromas é da maçã morna e amolecida a tresandar a canela, e do purpura intenso das bagas a borbulhar e a tingir a massa toda. Bem… é melhor parar!

Desta feita quis enriquecer e equilibrar este doce com sabores que realmente me transmitem a natureza da verdadeira Pie. A acidez da maçã, a doçura do pêssego e a cor do mirtilo, bem juntos a fazer magia.
O acabamento da tarte não tem grande regra, podendo ser uma placa completa que tapa a fruta, em rede, em linha (como foi o caso), ou com as decorações mais diversas. Quis fazê-la assim para deixar sobressair o interior tão rico e mesclado.
Esta massa, concretamente, é ligeira, trabalha-se muito bem e mantém-se crocante mesmo quando inundada por todos os deliciosos sucos dos frutos. Não é muito doce, exactamente como gosto.

O veredicto final é de uma tarte simples, leve mas simultaneamente intensa, linda e irrepreensível morna na companhia da gelado de baunilha. Não deixem de a provar assim, por favor!

Se aceitam o desafio e se se querem juntar a nós na execução de uma Tarte de Fruta, basta seguirem as seguintes regras:

  • Tem até ao dia 20 de Agosto para nos apresentarem o vosso docedeixando aqui neste post o link da vossa participação;
  • Só participações enviadas até este dia serão consideradas;
  • Neste mesmo dia, 20 de Agosto, será publicado no blog da Lia o tema da próxima edição;
  • roud up desta 19ª edição será publicado aqui no blog no dia 01 de Setembro (excepcionalmente e por motivo de férias)
Simplesmente façam e deixarem-se levar.

APPLE, PEACH AND BLUEBERRY PIE / Tarte de Maçã, Pêssego e Mirtilos

Ingredientes

(8-10 fatias)
|Massa
2​,​5 chávenas (chá) de farinha sem fermento​
2 colheres (sopa) de açúcar
1 pitada de sal
1 colher (café) de canela
150 gr de manteiga fria
4-5 colheres (sopa) de água fria
​|​Recheio
5-6 maçãs médias, maduras mas firmes
2 pêssegos, maduros mas firmes
75 gr de mirtilos
2 colheres (sopa) de sumo de limão
3 colheres (sopa) de açúcar amarelo
1​,​5 colheres (sopa) de farinha sem fermento
1 colher (sopa) de manteiga amolecida
1 pitada de sal
1 colher (chá) de canela
1 colher (café) de gengibre
Gelado de baunilha para acompanhar

Preparação

Num processador/trituradora colocar a farinha, o açúcar, o sal e a canela e pulsar um pouco. Acrescentar a manteiga cortada em cubos e triturar até obter uma areia fina e a manteiga estar envolvida na farinha. De seguida acrescentar então a água aos poucos até a massa amolecer um pouco e ligar. Se a massa aparentar estar ainda seca, acrescentar mais água.
Retirar a massa para uma superfície enfarinhada e amassar apenas para a ligar. Espalmar um pouco e envolver em película aderente. Levar ao frigorífico entre 30 a 45 minutos.
Entretanto pré aquecer o forno a 190°C e preparar o recheio.
Descascar as maças e os pêssegos e corta-los em gomos finos para um recipiente. Acrescentar todos os restantes ingredientes do recheio e envolver bem na fruta. Por fim acrescentar os mirtilos e mexer delicadamente. Reservar.
Tirar a massa do frio, dividir em duas partes iguais e esticar uma das partes com o rolo sobre um superfície enfarinhada. Forrar uma tarteira de fundo amovível com a massa, deixando o excesso para fora da forma. Escorrer bem a fruta dos sucos depositados no fundo da taça e verter o recheio sobre a massa.
Esticar a restante massa com o rolo e cortar tiras compridas para decorar a tarte. Dispor as tiras sobre a fruta, em linha ou em rede, e dobrar a massa da base sobre as tirar pressionando ligeiramente, cortando os excessos.
Pincelar as tirar com ovo batido e polvilhar generosamente com açúcar.
Levar ao forno cerca de 40-45 minutos. Retirar do formo, deixar arrefecer e desenformar com cuidado
Servir idealmente morna acompanhada de uma boa bola de gelado.
Nota: Atenção ao manuseamento da massa. Sendo uma massa com bastante manteiga não deve ser demasiado trabalhada para não aquecer e se tornar difícil de manusear. É importante amassar pouco e usar alguma farinha na altura de esticar.
Nota 1: Não tenham medo de carregar no recheio.Pode parecer demasiado mas depois de sair do forno abate muito (como aconteceu com a minha). Logo, aconselho a encher bem.
Note 2: Muito cuidado com o excesso de sucos dos frutos, pois podem amolecer demais a base que acaba por perder consistência e estrutura.

Fontes: http://www.piecouncil.org/Events/NationalPieDay/HistoryOfPies