Uma das características que mais me incomoda num prato de comida, que mais facilmente me faz rejeitar o que saboreio e me provoca verdadeiro mau estar é o excesso de sal.
Há coisas que podem não estar exactamente como mais apreciamos, porque sabem excessivamente a algo, porque está muito forte, demasiado picante ou apurado… mas a coisa até vai. Agora, se estiver salgado, para mim é impossível de ir.
Uso sal, claro. Aliás, não conseguiria cozinhar sem ele. Mas o seu excesso é de facto aquela “falha” que não suporto. Naturalmente que para quem gosta realmente de comer o bom sabor da comida é essencial, e se não gosto de comida salgada, a insossa também não me agrada particularmente. Como em tudo o segredo e a regra estão no encontro do equilíbrio. E nesta questão do paladar o hábito faz toda a diferença. Daí mostrar-se essencial criar hábitos saudáveis desde muito cedo.

No mês do coração que é Maio, o calendário marca o dia 17 como Dia Mundial da Hipertensão.
Sendo esta uma causa que por motivos pessoais muito me diz, e uma alteração de saúde com consequências bastante delicadas, que no limite pode afectar de forma bem grave os orgãos mais essenciais do nosso corpo – coração, cérebro, rins e artérias – todas as campanhas de sensibilização se mostram mais do que necessárias.
Neste contexto, a Sociedade Portuguesa de Hipertensão, a Aromáticas Vivas e o Chef Chacall uniram-se no sentido de conciliar forças e conhecimentos ao serviço de uma campanha que visa alertar e sensibilizar para um problema que pode ser minimizado pela simples alteração de hábitos diários, nos quais se inclui a redução do consumo de sal.
A Aromáticas Vivas, além de oferecer uma vasta gama de ervas aromáticas, das mais comuns às menos usuais, apresenta também a vantagem de produzir de forma biológica, promovendo assim mais saúde e mais respeito pelo ambiente.

Então e como podemos reduzir ao sal continuando a comer coisas com graça?
Recorrendo a outros alimentos que garantam um resultado saboroso e temperado! E para este efeito a natureza das ervas aromáticas está especialmente bem talhada. Os seus fortes e distintos aromas, capazes de se adaptarem aos mais diversos sabores e tipos de prato, assim como a sua frescura, suculência e leveza, permitem obter resultados francamente interessantes, já para não falar da questão dos benefícios para a saúde.

Nesta receita quis tentar que o uso das ervas aromáticas por si só, e a sua ligação a outros ingredientes também de carácter e aroma fortes, conseguissem envolver-se de tal forma consistente e saborosa, que tornasse o recurso ao sal quase que prescindível. Claro que o uso do queijo ajuda, mas o alho e o limão devidamente envolvidos nas ervas também conseguem fazer uma substituição eficaz. E a fava com o poejo já sabemos, é aquela combinação infalível.

Convido a testarem-na e verificarem se realmente não fica deliciosa desta forma, comprovando que comida saudável também é significado de comida saborosa.
Mas convido-vos principalmente a olharem para os vossos hábitos diários e perceberem que podem mudar alguma coisa enquanto tudo está bem, evitando riscos consideráveis que conduzem a problemas de saúde muitas vezes com consequências severas e irreversíveis. Pois acredito que ninguém queira ter um AVC aos 42 anos de idade quando é possível prevenir com o que está no nosso controlo.

 

PS: Martinha, esta receita segue também para a tua colorida mesa de Maio. Espero que gostes!

TORTILHAS DE FAVAS COM PESTO DE POEJO E CENOURA DOCE

Ingredientes

(2 pessoas)

Azeite qb
2 dentes de alho médios
3 colheres (sopa) de pinhões ligeiramente tostados
2 colheres (sopa) de queijo pecorino
1 ramo de poejos frescos (Aromáticas Vivas)
5-6 folhas grandes de mangericão fresco (Aromáticas Vivas)
1 limão, raspa e sumo
Pimenta preta
250 gr de favas, sem pele
1 cenoura grande
Vinagre mirin
1 requeijão

Preparação

Começar por preparar o pesto, levando a triturar o alho com os pinhões, os poejos, o magericão, uma pitada de pimenta e a raspa de limão. Triturar bem até o preparado começar a ficar homogéneo, formando uma pasta. Adicionar azeite a gosto e sumo de limão. Voltar a triturar. Rectificar temperos e reservar.
Levar as favas a cozer em água a ferver apenas 4-5 minutos. Retirar do lume, deixar arrefecer ligeiramente e esmagar grosseiramente com um garfo. Reservar.
Entretanto descascar as cenouras e com o próprio descascados lamina-las. Pincelar um grelhador com azeite e grelhar as fatias de cenoura. Quando começarem a alourar regar com um pouco de vinagre mirin, mexer com cuidado e retirar para um prato.
Para a montagem, envolver bem a esmagada de favas com o pesto de poejos, dispor um pouco desta pasta sobre as tortilhas (frias ou aquecidas), juntar a cenoura e pedaços de requeijão.
Polvilhar com poejos frescos e um pouco de pimenta e servir.